Júnior e Joana estavam na
aula de Português e leram o poema “Lágrima de Preta” de António Gedeão. Os dois,
muito orgulhosos, sabiam agora que as lágrimas das pessoas, de cor ou não, eram
iguais. Joana perguntou ao irmão se as lágrimas dos animais seriam também
iguais às dos humanos, mas ele não sabia.
No final do dia, iam
para casa e no caminho Júnior disse:
- E se falássemos com o
tio António e pedíssemos para ir passar o fim de semana com ele?
- Boa ideia, íamos à universidade
onde ele trabalha, certamente deve haver um laboratório para investigarmos se
as lágrimas dos animais são iguais às dos humanos e levamos o Gão, claro! - disse
Joana entusiasmada.
Pediram aos pais,
falaram com o tio e na sexta-feira lá foram eles. Quando chegaram a casa do tio
decidiram ir de manhã ao laboratório.
De manhã, dirigiram-se ao
laboratório e perguntaram ao tio por onde começar. Ele disse-lhes que tinham de
ter uma lágrima de um humano e outra de animal. Eles ficaram tristes, pois não
tinham nem uma nem outra. O tio propôs que fossem para casa pensar numa
solução. Levando três tubos de ensaio, para o caso de as conseguirem.
No caminho para casa,
Gão afastou-se e foi ter com um homem desconhecido. Quando olharam, este estava
a dar-lhe um pontapé. Gão começou a chorar e Júnior aproveitou para guardar uma
das lágrimas dentro de um dos tubos que tinham trazido. Joana, preocupada com o
seu cão, começou também a chorar. Júnior tirou da mala outro tubo para recolher
uma lágrima dela.
- Às vezes, coisas más
trazem coisas boas, já podemos voltar ao laboratório. - disse o tio.
Com a ajuda do tio fizeram
as experiências necessárias e conseguiram descobrir o que queriam: as lágrimas
dos animais eram iguais às dos humanos.
- Somos uns excelentes cientistas!
- exclamaram os irmãos em sintonia.
Festejaram a descoberta
na casa do tio. Já sabiam que todas as lágrimas, fossem de pretos, brancos ou de
animais, eram iguais!
- Somos todos iguais,
abaixo o racismo e quem maltrata os animais! - disse a
Joana.
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